Rioiti Uchida
De Nikkeypedia
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Rioiti Uchida conheceu o judô ainda muito garoto, em Tapiraí, município ao sudeste do Estado de São Paulo, onde nasceu e já criança trabalhava nas lavouras de chá. “Tínhamos uma casa na vila, mas íamos para a roça durante a semana e lá dormíamos em alojamentos. Só ficávamos em casa nos fins de semana. Eu não treinava judô, mas meus irmãos mais velhos, sim. Como a academia ficava no centro da cidade e nós trabalhávamos e morávamos na zona rural, era complicado ir para a academia. Eles eram mais velhos e podiam se virar sozinhos, de bicicleta. Eu só ia para vê-los treinar e isso quando podiam me levar. Assim comecei a gostar do judô.” | Rioiti Uchida conheceu o judô ainda muito garoto, em Tapiraí, município ao sudeste do Estado de São Paulo, onde nasceu e já criança trabalhava nas lavouras de chá. “Tínhamos uma casa na vila, mas íamos para a roça durante a semana e lá dormíamos em alojamentos. Só ficávamos em casa nos fins de semana. Eu não treinava judô, mas meus irmãos mais velhos, sim. Como a academia ficava no centro da cidade e nós trabalhávamos e morávamos na zona rural, era complicado ir para a academia. Eles eram mais velhos e podiam se virar sozinhos, de bicicleta. Eu só ia para vê-los treinar e isso quando podiam me levar. Assim comecei a gostar do judô.” | ||
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Revisão de 11:59, 22 Novembro 2010
Rioiti Uchida conheceu o judô ainda muito garoto, em Tapiraí, município ao sudeste do Estado de São Paulo, onde nasceu e já criança trabalhava nas lavouras de chá. “Tínhamos uma casa na vila, mas íamos para a roça durante a semana e lá dormíamos em alojamentos. Só ficávamos em casa nos fins de semana. Eu não treinava judô, mas meus irmãos mais velhos, sim. Como a academia ficava no centro da cidade e nós trabalhávamos e morávamos na zona rural, era complicado ir para a academia. Eles eram mais velhos e podiam se virar sozinhos, de bicicleta. Eu só ia para vê-los treinar e isso quando podiam me levar. Assim comecei a gostar do judô.”
Mas Uchida não tardaria a gostar do judô na prática, o que, contudo, não se daria sem antes muito sacrifício, como quase tudo em sua vida. “Eu acredito que quanto mais dificuldade se vive, melhor é, porque você se fortalece interiormente.” Aos quatorze anos veio para São Paulo para trabalhar no Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo), no empreendimento de um primo. “Não sabia o que queria nem o que encontraria em São Paulo, mas achava que não podia ser menos do que tinha em Tapiraí. Por isso vim.” A rotina de trabalho de Uchida era dura, começava às oito horas da noite e terminava às oito horas da manhã, todos os dias.
A vida do futuro professor de judô seguia seu curso no popular comércio do Ceagesp sem que sentisse que fosse o rumo adequado ao seu temperamento, à sua visão de mundo que, embora ainda em formação, já tinha suas bases consolidadas. Sua perspectiva começaria a mudar quando aos dezenove anos reencontrou o judô, dessa vez não apenas como expectador, mas como praticante. A partir de então, terminado o expediente, às oito da manhã, Uchida seguia para a academia de Ishii na Rua Barão de Jundiaí, no bairro da Lapa. Não chegava cansado? “A gente já tinha se acostumado.”