Karatê

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O Karatê (em japonês 空手, karate, ou 空手道, karate-dō, "caminho da mão vazia"), é uma arte marcial japonesa, desenvolvida a partir do kenpō chinês (em particular o kung fu da China meridional) e de métodos autóctones de lutas das ilhas Ryūkyū. O karatê é predominantemente uma arte de golpes, como pontapés chutes, socos, joelhadas e cotoveladas e golpes com a palma da mão aberta. Bloqueios de articulações, lançamentos e golpes em áreas vitais também são ensinados, dependendo do estilo. Um praticante de caratê é denominado "carateca" ou "karate-ka" (空手家). O karatê é uma forma de budo 武道, caminho marcial, enfatizando as técnicas de percussão atemi waza (como defesas, socos e chutes) ao invés das técnicas de projeções e imobilizações. O treino de karatê pode ser dividido em três partes principais: Kihon, Kata e Kumite. Kihon (基本, "fundamentos") é o estudo dos movimentos básicos. Kata (型, "forma", "padrão") é uma espécie de luta contra um inimigo imaginário expressa em seqüências fixas de movimentos. Kumite (組手, "encontro de mãos") é a luta propriamente dita. Em sua forma mais básica é combinada com movimentos predeterminados entre os lutadores para, posteriormente, alcançar o jyu kumite combate livre ou sem regras. A forma desportiva, ou combate com regras, é conhecida como Shiai-kumite.

[editar] História

Originalmente a palavra karatê era escrita com os ideogramas 空手 "mãos vazias" se referindo à Dinastia Tang ou, por extensão, à mão chinesa, refletindo a influência chinesa nesse estilo de luta. O karatê é, provavelmente, a mistura de uma arte de luta chinesa levada a Okinawa por mercadores e marinheiros da província de Fujian com uma arte própria de Okinawa. Seus nativos chamavam este estilo de Okinawa-te "mão de Okinawa". Os estilos de karatê de Okinawa mais antigos são o Shuri-te, o Naha-te e o Tomari-te, assim chamados de acordo com os nomes das três cidades em que eles foram criados. Em 1820 Sokon Matsumura fundiu os três estilos e criou o estilo shorin (pronúncia japonesa para a palavra chinesa shaolin), que é também a pronúncia dos ideogramas 少林 ("pequeno" e "bosque"). O nome shorin foi dado posteriormente, por Choshin Chibana, ao estilo idealizado pelo mestre Matsumura. Entretanto, os próprios estudantes de Matsumura criaram novos estilos, adicionando ou subtraindo técnicas ao estilo original. Gichin Funakoshi, aluno de um dos discípulos de Matsumura, chamado Anko Itosu, foi a pessoa que introduziu e popularizou o caratê nas ilhas principais do arquipélago japonês. O karatê de Funakoshi teve origem na versão de Itosu do estilo Shorin-ryu de Matsumura que é comumente chamado de Shorei-ryu. Posteriormente o estilo de Funakoshi foi chamado por outros de Shotokan (Shoto seria seu apelido; o ideograma kan (館) significa prédio ou construção, e portanto shotokan significa "Prédio de Shoto"). O estilo Shotokan foi popularizado no Japão e introduzido nas escolas secundárias antes da Segunda Guerra Mundial. Como muitas das artes marciais praticadas no Japão, o karatê fez a sua transição para o karate-do no início do século XX. O do em karatê-do significa caminho, palavra que é análoga ao familiar conceito de tao. Como foi adotado na moderna cultura japonesa, o karatê está imbuído de certos elementos do zen-budismo, sendo que a prática do karatê algumas vezes é chamada de "zen em movimento". As aulas freqüentemente começam e terminam com curtos períodos de meditação. Também a repetição de movimentos, como a executada no kata, é consistente com a meditação zen, pretendendo maximizar o autocontrole, a atenção, a força e velocidade, mesmo em condições adversas. A influência do zen, nesta arte marcial, depende muito da interpretação de cada instrutor. A modernização e sistematização do karatê no Japão também incluiu a adoção do uniforme branco (quimono ou karate-gi) e de faixas coloridas indicadoras do estágio alcançado pelo aluno, ambos criados e popularizados por [Jigoro Kano], fundador do [judô]. Fotos de antigos praticantes de caratê de Okinawa mostram os mestres em roupas do dia-a-dia. Durante a Segunda Guerra Mundial, o karatê tornou-se popular na Coréia do Sul sob os nomes tangsudo ou kongsudo quando a pratica do taekwondo foi proibida pelos japoneses após sua invasão.


[editar] Graduação

As artes marciais provenientes do Japão e Okinawa, apresentam uma variedade de títulos e classes de graduações. O sistema atual de graduação de faixas coloridas é o mais aceito; antes disso, muitos métodos distintos eram usados para marcar os vários níveis dos praticantes. Alguns sistemas recorriam a três tipos de certificados para seus membros: Shodan ou Shoudan: significando que se havia adquirido o status de principiante. Chudan ou Chuudan: significava a obtenção de um nível médio de prática. Isso significava que o indivíduo estava seriamente comprometido com sua aprendizagem, sua escola e seu mestre. Jodan ou Joudan: a graduação mais alta. Significava o ingresso no Okuden (escola, sistema e tradição secreta das artes marciais). Se o indivíduo permanecia dez anos ou mais junto ao seu mestre , demonstrando interesse e dedicação, recebia o Menkyo, a licença que permitia ensinar. Essa licença podia ter diferentes denominações como: Sensei, Shihan, Hanshi, Renshi, Kyoshi, dependendo de cada sistema em particular. A licença definitiva, que podia legar e outorgar acima do Menkyo, era o certificado Kaiden: além de habilitado a ensinar, implicava que a pessoa havia completado integralmente o aprendizado do sistema. O sistema atual que rege a maioria das artes marciais usando Kyu ("classe") e Dan ("grau") , foi criado por Jigoro Kano, o fundador do Judô. Kano era um educador e conhecia as pessoas, sabendo que são muitos os que necessitam de estímulos imediatamente depois de haver começado a praticar artes marciais. A ansiedade desse tipo de praticante não pode ser saciada por objetivos a longo prazo. A graduação no karatê é importante para indicar o nível de experiência dos praticantes, e é vista como sinal de respeito para os atletas menos graduados. Para demonstrar a graduação, os caratecas usam uma faixa de determinada cor na região da cintura. A ordem das cores das graduações varia de estilo para estilo, mas, como padrão, a faixa iniciante é a de cor branca. Na classificação de faixas coloridas, Kyu significa classe, sendo que essa classificação é em ordem decrescente. Na classificação de faixas pretas, Dan significa grau, sendo a primeira faixa-preta a de 1º Dan, a segunda faixa-preta, 2º Dan, e assim por diante, em ordem crescente, até o 10º Dan. Em um plano simbólico, o branco representa a pureza do principiante, e o preto se refere aos conhecimentos apurados durante anos de treinamento.


Abaixo as cores de graduação por estilo:

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