Butoh

De Nikkeypedia
Revisão de 14h10min de 28 de outubro de 2010 por Kheljudo06 (discussão | contribs)

O butoh estabelece uma relação muito próxima com a morte, com os mortos e todo um mundo invisível. O corpo que dança butoh é o corpo morto. Não se dança sozinho, mas cercado de espíritos. A dança acontece ao mesmo tempo na morte e dentro do útero materno. Longe de ser uma anormalidade, essas relações são comuns para os japoneses, devido à sua cultura religiosa. É importante conhecer o ethos japonês, pois de outra forma a compreensão da estética e filodofia que compõem a cena-butoh é só parcialmente atingida.


Uma sociedade e seus Ritos

A cultura japonesa é permeada de rituais: é através deles que se faz a mediação entre esse e o outro mundo e atinge-se o equilíbrio na vida cotidiana. Pequenos rituais caseiros e grandes ritos coletivos são observados até hoje no Japão, e não apenas no interior.

Até os primeiros séculos de nossa era, o Japão possuía um tradição religiosa bastante diversificada, com práticas xamânicas e adivinhatórias, ritos de fertilidade, cerimônias agrícolas e culto a fenômenos da natureza. Com o processo de unificação do arquipélogo, o líder do clã Yamato impôs-se a nível político e religioso, assumindo o papel de imperador e sumo sacerdote. Somente em meados do século VI,após a introdução oficial do Budismo, entretanto, é que as crenças e práticas nativas foram organizadas em torno do mito da origem divina da família imperial, denominado Xintoísmo. O Budismo e o Xintoísmo principalmente, mas também o Confucionismo e Taoísmo, são protagonistas do universo religioso, nipônico, e existem algumas idéias básicas que permeiam as práticas religiosas e a cultura: a proximidade entre os seres humanos, deuses e natureza; o caráter religioso da família; a importância da purificação, dos rituais e dos talismãs; a proeminência dos cultas e determinadas divindades.

Vivendo entre Espiritos

Os japoneses interagem com o mundo dos mortos natural e cotidianamente. A família japonesa ocupa, tradicionalmente, um caráter sagrado. O conceito de Família considerado sagrado nesse caso, é o de ie ou família corporativa: dele integram não só a estrutura básica de família (pais e filhos) mas todo um grupo de pessoas co-residentes que partilham de uma vida social, econômica, política e religiosa. Além de poder incluir não-parentes, o grupo ie existe perpetuamente, além do período de vida de qualquer mebro ou geração: os membros falecidos são presentes na vida familiar. O culto aos antepassados é comum. Em casas ou vilas japoesas tradicionais costuma haver um altar de culto aos antepassados. A eles faz-se oferendas, ora-se, pede-se conselhos. Eles são também guardiões das famílias, e apreciados como deuses, inclusive havendo uma hierarquia entre os mortos. No mês de agosto comemora-se a festa dos mortos (obon). Durante esse período, especialmente, os espíritos mortos retornam às casas de suas respectivas famílias, e para eles prepara-se a casa e faz-se oferendas especiais junto aos oratórios budistas.










Predefinição:Esboço-arte

de:Butoh en:Butoh es:Butoh fi:Buto fr:Butō he:בוטו ja:暗黒舞踏 pl:Butoh ru:Буто (танец)